23 janeiro 2008

Empresas terão de pagar pelo uso da imagem das áreas protegidas

"Empresas terão de pagar pelo uso da imagem das áreas protegidas

16.01.2008, Ana Fernandes

Proposta de lei prevê a inclusão da reserva agrícola nacional na Rede Fundamental de Conservação da Natureza, mas sem alterações de tutela

Todas as marcas comerciais que utilizem a imagem ou o nome de áreas protegidas terão de ser autorizadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que receberá uma remuneração por este uso. Esta é uma das propostas do decreto-lei que estabelece a Rede Fundamental de Conservação da
Natureza, a que o PÚBLICO teve acesso.
O documento está ainda em discussão e poderá ainda ser alterado, como aliás já foi. Uma das propostas nele in-
cluída, já retirada, dizia respeito à afectação de 2,5 por cento da receita total do imposto sobre veículos ao ICNB. O objectivo era compensar os custos ambientais produzidos pela circulação automóvel sobre as áreas classificadas, lê-se no documento.
Apesar de se escusar a comentar aspectos concretos da proposta, por esta ainda estar em discussão, Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente, não deixou de adiantar que esta medida significaria que se estariam a consignar impostos a uma entidade específica, o que contrariaria a política fiscal. "Os impostos devem ir para o Orçamento do Estado e serem depois redistribuídos", disse. Esta regra tem, porém, excepções. É o caso, por exemplo, do imposto sobre o tabaco, em que parte vai para o Ministério da Saúde.
A proposta propõe outras medidas de financiamento do ICNB, como é o caso das marcas. Assim, lê-se no documento, "entre outras receitas, a conservação da natureza é financiada pela exploração comercial das marcas associadas ao Sistema Nacional de Áreas Classificadas, cujo emprego por terceiros fica sujeito a autorização prévia do instituto, que estabelecerá a remuneração devida."
Ainda no âmbito do novo regime económico e financeiro da conservação da natureza, está também previsto o estabelecimento de parcerias, contratos de gestão e de concessão com autarquias, empresas ou organizações não governamentais, que poderão participar na gestão e financiamento das áreas classificadas quando isso seja adequado e útil.
Outra forma de financiamento do ICNB passará pelas compensações ambientais a que determinados projectos estão obrigados. Acresce ainda o Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade, cujas receitas ainda não estão definidas.
RAN incluída
Segundo Humberto Rosa, este decreto-Lei vem concretizar o que foi definido na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza, criando uma rede nacional de espaços importantes para a biodiversidade, ligados entre si. Por isso, além das áreas protegidas (parques, reservas, etc.), integra as áreas classificadas no âmbito da Rede Natura 2000, a reserva ecológica nacional (REN), a reserva agrícola nacional (RAN) e o domínio público hídrico. A ideia é contrariar a existência de áreas protegidas como ilhas, desligadas entre si. Daí a importância das outras figuras (RAN, REN e domínio hídrico) que funcionariam como corredor ecológico, explica.
A dúvida que se coloca é a quem caberá a gestão destas áreas já que, com excepção da REN, cuja comissão nacional é presidida pelo ICNB, as outras figuras são tuteladas por outras entidades. Humberto Rosa esclarece que estas tutelas e respectivos regimes não mudarão. Apenas integrarão a rede fundamental, passando o ICNB a ter uma palavra a dizer."

Tirado de: http://jornal.publico.clix.pt/

22 janeiro 2008

Volume de informação digital explodiu em 2006, com 161 bilhões de gigabytes

Notícia interessante:

No mundo há tal quantidade de informação em meio digital que, com ela impressa, se poderia envolver o planeta quatro vezes. Fotos, blogs, correios eletrônicos, jornais, vídeos, televisões... Em 2006, foram criados 161 bilhões de gigabytes [ou 161 hexabytes] de informação, segundo um relatório da consultoria IDC. E esta explosão do universo digital é liderada pelos usuários, responsáveis por 70% dos conteúdos. Os especialistas advertem que cada vez mais é preciso dedicar mais tempo a manipular essa informação e avisam que diminuiu a nossa capacidade para conservá-la.

Estamos rodeados de bits. Há 900 milhões de computadores, 550 milhões de reprodutores de música digital, 600 milhões de telefones celulares com câmera, 400 milhões de câmeras... A informação digital que todos estes dispositivos contêm soma 161 bilhões de gigabytes, o equivalente a três milhões de vezes a informação contida em todos os livros já escritos até hoje ou a 12 pilhas de livros que cobririam, cada uma delas, a distância entre a Terra e o Sol. E em três anos, essa cifra se multiplicará por seis, até os 988 bilhões de gigabytes.

O relatório que contém esta informação se intitula La expansión del universo digital, foi produzido pela consultoria IDC, especializada em novas tecnologias, a pedido da companhia EMC, que se dedica ao negócio do armazenamento de dados. No estudo se analisa a criação e a troca de informação digital em 2006, e se aventura sua possível evolução até 2010.

Os analistas da IDC utilizaram os dados disponíveis sobre os produtos tecnológicos vendidos no ano e estimaram sua capacidade de armazenamento. Também usaram estimativas próprias, e chegaram à conclusão de que os usuários particulares são os protagonistas desta explosão, já que são responsáveis por 70% dos conteúdos gerados no ano passado.

Este dado coincide com o relatório La Sociedad de la Información en España 2006, recentemente publicado pela Fundação Telefônica, onde se explica que a quantidade de informação gerada cada mês pelos usuários da internet é cinco vezes superior à cifra de 2000.

Segundo os analistas da IDC, este boom da informação digital se deve ao crescimento do acesso à internet por banda larga, à contínua conversão da informação analógica (livros, chamadas telefônicas, emissões de televisão) à digital e à queda nos preços do armazenamento e à capacidade de processamento dos dispositivos. Segundo explica José Luis Solla, diretor-geral de EMC para a Espanha e Portugal, o preço médio por unidade de armazenamento (gigabytes ou terabytes) cai cerca de 30% ao ano. Além disso, os dispositivos são cada vez menores, o que significa que o novo planeta digital é cada vez maior mas, ao mesmo tempo, mais minúsculo.

O veloz crescimento da informação digitalizada tem seu lado obscuro. Cada vez é mais complicado administrá-la. Segundo dados dos Estados Unidos, os trabalhadores empregam uma média de 14,5 horas semanais para ler e responder o correio eletrônico, 9,6 horas por semana para buscar informação e 9,5, para analisar essa informação.

Além disso, um dos paradoxos do novo universo digital é que, à medida que cresce a nossa capacidade para armazenar informação (este ano entrará no mercado o primeiro disco rígido com um terabyte = mil gigabytes), decresce a capacidade de conservá-la. Podemos ler mensagens talhadas em pedras ou admirar quadros pintados em lenços centenas de anos depois, mas a duração de um disco rígido oscila entre os cinco e os dez anos, e a de um CD ou DVD beira os 20 anos.

Solla assinala Solla, podemos guardar a informação em diferentes dispositivos, mas quem nos garante que os programas necessários para decodificá-la (como o Word, o Excel ou o PowerPoint) continuarão existindo dentro de 20, 50 ou 250 anos? "Está se trabalhando em padrões para arquivar informação independentemente do programa, mesmo que ainda sejam projetos incipientes", disse Solla.

Por isso, e apesar de que a maior parte do conteúdo é criado pelos usuários, os analistas da IDC acreditam que 85% dessa informação será gerida, num futuro, por empresas. "Teremos nossos dispositivos de armazenamento com nossas fotos e textos em casa, mas também a teremos replicada fora para nos assegurar de que será conservada", disse Solla.

Apenas um quarto do conteúdo digital, aproximadamente, é original, e o resto está duplicado ou replicado (correios eletrônicos reenviados, cópias de segurança, filmes, músicas...). E a maior parte dessa informação são imagens, que supõem uma quarta parte do total (mesmo que seja preciso ter em conta que seu peso é superior ao dos textos ou do áudio).

Os países desenvolvidos, por outro lado, controlam boa parte deste novo mundo digital: 72% dos novos conteúdos são gerados na América do Norte e na Europa Ocidental. No entanto, o ritmo de criação nos países emergentes crescerá entre 30% e 40% mais rapidamente que nos desenvolvidos.

Tirado de : http://www.e-paulopes.blogspot.com/2007/03/volume-de-informao-digital-explodiu-em.html